Dar a ver esta tarde no Museu Quinta das Cruzes
O projeto "Dar a Ver" começa hoje no Museu Quinta das Cruzes 📷 Paulo Camacho 📷 |
O Museu Quinta das Cruzes, no Funchal, acolhe hoje e amanhã, a 3.ª edição do projeto “Dar a Ver”. Uma iniciativa que visa a divulgação do património artístico regional e a promoção da sua integração, no panorama nacional e internacional.
por Paulo Camacho
A secretária regional do Turismo e Cultura, Paula Cabaço, refere que a iniciativa “valoriza a oferta cultural e potencia o seu acesso junto de toda a população, tanto residente quanto visitante”.
Paralelamente aos trabalhos de investigação, classificação, conservação e restauro, “torna-se essencial que se invista, cada vez mais, na maior divulgação e conhecimento do vasto e diversificado património que constitui a nossa identidade cultural”, sendo este um dos propósitos que se cumprem com a realização deste programa, materializado através da Direção Regional da Cultura (Direção de Serviços de Museus e Património Cultural), reforça.
Ao longo deste ano, serão convidados vários especialistas, locais e nacionais, que abordarão, de forma mais específica ou generalista, aspectos dessa imensa diversidade cultural conservada in situ, ou já transitada para os museus, sendo que o essencial do programa será constituído por visitas guiadas e por conferências a realizar em vários locais.
A participação nestas actividades é gratuita, embora sujeita a uma inscrição prévia, através do endereço de correio electrónico: daraver.drc@gmail.com. Cada evento está limitado a 65 lugares sentados.
Programação para hoje
📷 DRAC 📷 |
18.00 horas
Conferência “Inscrições funerárias flamengas na ilha da Madeira: memória viva dos sepultados”
por Filipa Avellar
Filipa Gomes do Avellar é especialista nas áreas de Epigrafia e Paleografia portuguesa. É licenciada em Ciências Históricas (1984) e Mestre em Paleografia e Diplomática (1996) pela Faculdade de Letras de Lisboa. Foi professora na Universidade Lusíada (1984 - 2004) onde lecionou as disciplinas de Epigrafia e Paleografia Portuguesa e História Medieval de Portugal, entre outras. Na Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) organizou e coordenou a área temática de Epigrafia Portuguesa, no Inventário do Património Arquitetónico (2001-2007).
É autora de vários artigos publicados na sua área de especialização e ainda membro da Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais e sócia agregada do Instituto Português de Heráldica.
Na presente comunicação, a Dr.ª Filipa Avellar centrar-se-á no maior conjunto de inscrições funerárias provenientes da Flandres e que se encontram reunidas na Ilha da Madeira. Gravadas primorosamente em lâminas de metal ou em grandes lajes de pedra azul acinzentada as inscrições que compõem este espólio epigráfico, datado do séc. XVI, apresentam decoração e características únicas que as remetem para um mesmo centro produtor.
Ao perpetuar no tempo a memória dos seus encomendadores estes exemplares testemunham ainda as relações comerciais entre Portugal e a Flandres tornando-se num património de valor incalculável que urge dar a conhecer e preservar.
Programação para amanhã
📷 DRAC 📷 |
11.00 horas
Conferência “Iconografia Cristã no Oriente”
por Manuel Pires de Lima Castilho
Manuel Castilho é licenciado em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa (1969) e em Arquitetura pela Architectural Association School, em Londres (1975). Pós-graduou-se em Arte Oriental, pelo British Musuem/Royal Holloway College (2002), e é desde 1976 antiquário em Londres e Lisboa.
Nesta conferência, mostrar-nos-á como estamos perante um enorme e multifacetado corpo de obras de arte produzidas em África e no Oriente. Algumas foram criadas para servir as necessidades do culto nas terras recém missionadas, outras foram produzidas para exportação tirando vantagem de materiais raros e apreciados na Europa, como a seda, o marfim, a porcelana e a laca. Neste processo de miscenização e encontro de culturas surgem obras sincréticas, com um sabor exótico, por vezes divergentes dos cânones institucionalizados pela Igreja de Roma. Os artistas locais haviam sido criados em culturas por vezes milenares e trouxeram às suas obras, por vezes sem se aperceberem, os seus maneirismos e visão do mundo.
Próximas ações
29 de junho, sábado, pelas 11.00 horas
Conferência “Azulejo-Projeto Az Infinitum”
Rosário Salema
Museu Quinta das Cruzes
22 de setembro, sábado, pelas 11.00 horas
Conferência “Ourivesaria Portuguesa dos séculos XVI e XVII”
Luísa Penalva
Museu Quinta das Cruzes
28 de setembro, sexta-feira, pelas 18.00 horas
Conferência “Museus e Educação”
Ana Duarte
Casa-Museu Frederico de Freitas
29 de setembro, sábado, pelas 11.00 horas
Conferência “Pintura Flamenga em Portugal”
Fernando António Baptista Pereira
Casa-Museu Frederico de Freitas
19 de outubro, sexta-feira, pelas 19.00 horas
Conferência “Panorama da Arte Portuguesa no século XXI”
Luiza Soares de Oliveira
Mudas. Museu de Arte Contemporânea da Madeira
20 de outubro, sábado pelas 15.00 horas
Conferência “A Arte em Portugal no século XIX”
Raquel Henriques da Silva
Museu Quinta das Cruzes
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